17.12.06

Band Of Horses - The Funeral

And every ocasion I'll be ready for a funeral.


O deste espaço, por exemplo.
A Lisa vai dar uma volta de 28, até à paragem final.

See ya.

3.12.06

Sleeping is giving in


Wake Up!

(boa semana)

Hoppipola


Porque se há dias em que me sinto velha demais, outros dias há em que me sinto velha sem demais.

12.11.06

Tribute

All right. Deixemo-nos de coisas sérias. Ou antes, avancemos para a mais séria das coisas, a comédia. Se a vida é uma comédia, também é certo que a vida é coisa séria, daí o (fraquíssimo) silogismo de que a comédia é uma coisa muito séria.

Agora a sério (duh... ando a precisar de retomar as vitaminas): Tenacious D. A banda que prova que dois buchas com ar apalermado, dois tipos o mais longe possível da imagem típica do rock star babe conseguem brincar com os tiques e tipos da cena musical e, ao mesmo tempo, servir música da boa. O Kyle e o Jack são dotados de muita imaginação, bom ouvido para parodiar qualquer rock "genre" e ainda distribuem umas guitarradas de antologia.
Ouvide.
E se este Tribute é uma maravilha, esperem pelos próximos que vou ter a sair daqui.

P.S.: chamem-me burra, mas o diabo não parece mesmo o David Grohl? é ele, é?

27.10.06

This is what you get when you mess with us



Este lembra-me o liceu. E nem é bem o liceu, é mesmo toda a minha vida escolar e social. E daí, nem é bem isso, lembra-me é o meu imaginário a reagir à minha vida escolar, social, o raio que o parta.

(E se olharmos com muita, muita atenção, percebe-se logo que o Thom Yorke também tem ar de quem pensa muito nisso. E cara de quem apanhou muita bolacha na escola: neeeerd!, e pimba).

Mas há sempre o dia em que somos nós a persegui-los estrada fora. E eles não nos apanham, mesmo quando pensam que nos têm a jeito, nhã, nhã, nhã.

Yup.
Parece-me bem. Para acabar a semana.

15.10.06

How does it feel to be such a freak?


You walk into the room
With your pencil in your hand
You see somebody naked
And you say, "Who is that man?"
You try so hard
But you don't understand
Just what you'll say
When you get home

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

You raise up your head
And you ask, "Is this where it is?"
And somebody points to you and says
"It's his"
And you say, "What's mine?"
And somebody else says, "Where what is?"
And you say, "Oh my God
Am I here all alone?"

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

You hand in your ticket
And you go watch the geek
Who immediately walks up to you
When he hears you speak
And says, "How does it feel
To be such a freak?"
And you say, "Impossible"
As he hands you a bone

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

You have many contacts
Among the lumberjacks
To get you facts
When someone attacks your imagination
But nobody has any respect
Anyway they already expect you
To just give a check
To tax-deductible charity organizations

You've been with the professors
And they've all liked your looks
With great lawyers you have
Discussed lepers and crooks
You've been through all of
F. Scott Fitzgerald's books
You're very well read
It's well known

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

Well, the sword swallower, he comes up to you
And then he kneels
He crosses himself
And then he clicks his high heels
And without further notice
He asks you how it feels
And he says, "Here is your throat back
Thanks for the loan"

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

Now you see this one-eyed midget
Shouting the word "NOW"
And you say, "For what reason?"
And he says, "How?"
And you say, "What does this mean?"
And he screams back, "You're a cow
Give me some milk
Or else go home"

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

Well, you walk into the room
Like a camel and then you frown
You put your eyes in your pocket
And your nose on the ground
There ought to be a law
Against you comin' around
You should be made
To wear earphones
Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?


Ballad of a Thin Man, Bob Dylan
(dispensa mais palavras, não dispensa?)

4.10.06

Aimer, même trop, même mal

Jacques Brel é mais que um cantor ou poeta, é um verdadeiro intérprete. Cada canção é por si vivida intensamente, seja em palco, seja em vinil, e tal transparece até numa mera audição.

Uma das mais conhecidas e tocadas é este Ne Me Quittes Pas. Não deverá haver mulher alguma à face da terra que não tenha sonhado, enquanto ouvia Brel neste tema, serem-lhe dirigidas estas palavras, o derradeiro apelo do principe encantado, nas suas juras de amor eterno.

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'apres ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine

Lindo.
Mas a música continua, as juras e promessas, as contrapartidas oferecidas, vão-se diluindo em sofrido lamento. E no final, bem, no final...

Laisse-moi devenir
l’ombre de ton ombre
l’ombre de ta main
l’ombre de ton chien
mais ne me quitte pas

Agora já não é lamento, é súplica. É desespero, é querer morrer com um amor já morto, persistindo na sombra de quem já nem nos reconhece. O desenvolvimento da música, da esperança inicial em reconquistar a pessoa amada até à súplica e total aniquilamento final é soberba, e Jacques Brel interpreta-a como ninguém.

Não é esta a única música em que Brel canta o amor subjugado, servo, humilhado. Com humor (mas um humor um pedaço amargo, diga-se), Les Bonbons traz de novo à baila este tema. Também vale a pena ver.

E agora, por fim, apenas uma das minhas preferidas de sempre. La Quête, a mais bela exaltação de um ideal de que tenho memória. Tenho pena de não encontrar o video de Brel a cantá-la (numa interpretação fá-lo vestido de Don Quixote), mas fica a letra. Poderosa, muito. Na minha vida, é.


Rêver un impossible rêve
Porter le chagrin des départs
Brûler d'une possible fièvre
Partir où personne ne part
Aimer jusqu'à la déchirure
Aimer, même trop, même mal,
Tenter, sans force et sans armure,
D'atteindre l'inaccessible étoile
Telle est ma quête,
Suivre l'étoile
Peu m'importent mes chances
Peu m'importe le temps
Ou ma désespérance
Et puis lutter toujours
Sans questions ni repos
Se damner
Pour l'or d'un mot d'amour
Je ne sais si je serai ce héros
Mais mon coeur serait tranquille
Et les villes s'éclabousseraient de bleu
Parce qu'un malheureux
Brûle encore, bien qu'ayant tout brûlé
Brûle encore, même trop, même mal
Pour atteindre à s'en écarteler
Pour atteindre l'inaccessible étoile.

2.10.06

All the lonely people, where do they all belong

A começar, que seja pelo sol a raiar. Tuuuuuuu...
Mas com um pedacito de nostalgia.


E, para bem começar, que seja com os melhores de sempre. Não acreditam? Então é prestar atenção à música: atrevida, ousada, inovadora, mas com uma melodia perfeita, que se instala na memória do ouvido e não nos larga. E a letra? Métrica im-pe-cá-vel, as tónicas sempre na sílaba certa e a casar com a música.
Os rapazes tinham um dom para a coisa que é difícil igualar. Vá. Admitam.

E confiram aqui.